terça-feira, 18 de abril de 2017

As bibliotecas são para toda a gente

Nunca é de mais reforçar a ideia de que a biblioteca é um espaço sem fronteiras, onde todos cabem, na procura do conhecimento, na preparação do futuro e no exercício da fantasia.






Bem-vindos:)

Aventura de Aço


"Quem conta um conto, acrescenta um ponto"

Entre a Semana da Leitura e o final do 2.º período, foi a vez das turmas do 5.ºano construírem um conto, de forma colaborativa.

Resultou uma narrativa bastante criativa que, na opinião da equipa da biblioteca, irá agradar aos nossos leitores.

Desfrutem:)
Aventura de Aço

Fonte da imagem - httpmydogbr.blogspot.pt


Joana tinha ouvido um ruído à beira da sua casa e, assustada, ligou para os seus amigos da casa da árvore: a Rita, o Romeu  e o Miguel.
- O que é que se passa? –perguntou o Romeu, sonolento, quando atendeu o telemóvel.
 - Eu ouvi um barulho muito estranho ao pé da minha casa. Espreitei e parecia um fantasma.  - respondeu a Joana.
- Um fantasma? - gritou sobressaltado - Já avisaste os outros?
Juntaram-se, rapidamente, à porta  da Joana e fizeram uma  busca à volta da casa, onde ela morava desde os três anos,  e à mata que ficava perto. O  que encontraram não foi um fantasma. Encolhido na casa da árvore, que tinham construído todos juntos, encontraram um rapaz de cabelos muito ruivos e espetados, com uma cabeça grande.  Tinha aspeto de alienígena, mas ao mesmo tempo parecia um rapaz normal.
- Isto vai ser um mistério muito mais sério do que os que resolvemos até hoje. - concluiu o Miguel.
- Como é que vamos comunicar com ele?- questionou o Romeu.
- Não parece ser perigoso. – reparou a Joana.
Numa voz metálica, que nunca tinham ouvido, o rapaz falou.
 - Olá desconhecidos, onde é que eu estou?
Os quatro amigos, assustados e confusos perguntaram:
-Quem és tu e de onde vens?
Aproximando-se deles, agora com mais confiança, respondeu-lhes:
-Eu sou o Zorbie, venho do planeta Apocalipse. Vim para me vingar dum alienígena que fugiu para aqui e trouxe com ele o meu cão robótico.
- E como é esse teu cão robótico? - perguntou a Rita - Fala-nos mais dele.
- Ele é pequeno, tem dentes afiados, é feito de um metal refinado lá do meu planeta. É de raça buldog metaliano. Mesmo tendo orelhas pequenas, foi programado para ouvir a mais de 100 Km de distância. Eu próprio lhe pus um chip, mas o radar enlouqueceu, está sempre  às voltas e eu não consigo localizá-lo.
 - E porque é que o alienígena teu inimigo fugiu com ele para este planeta? - perguntou o Romeu.
- Porque  é louco, meteu-se-lhe na cabeça que quer destruir este planeta e pôs uma bomba no interior do meu cão robótico. É uma bomba capaz de destruir o planeta. Eu sei o código para a desativar, só não sei  por onde começar a procurar.
- Nós vamos ajudar-te em tudo o que pudermos, afinal é o nosso planeta que está a correr um perigo muito grande.
Os quatro amigos pensaram, e, depois de muito raciocinarem, lembraram-se que podiam construir um osso metalizado feito com especiarias carnívoras para atrair o cão robótico.
Continuaram com as cabeças às voltas à procura de uma solução para atrair o cão ao osso. Até que a Rita se lembrou que a cidade era famosa pelas suas ventoinhas eólicas. As ventoínhas gigantes talvez pudessem libertar o aroma a carne.
 - Boa ideia, Rita! – exclamou o Miguel.
- Pois, mas como é que se vai por o cheiro nas ventoinhas? – perguntou a Joana
- Vamos para a central eólica, deve lá haver engenheiros que nos ajudem. – disse a Joana, muito decidida.
A central eólica não ficava longe, por isso, foram a pé. Zorbie ia no meio deles, como se fosse um deles. Quem os via passar pensava que era apenas um rapaz de um país desconhecido.
Quando chegaram ao seu destino, dirigiram-se à portaria da central. Mal os viu, o porteiro cumprimentou-os:
 - Olá, boa tarde. O que é que miúdos da vossa idade fazem por aqui?
-Olá, boa tarde para si também. Eu sou o Miguel e estes são os meus amigos. Nós queremos saber se nos pode ajudar num assunto da máxima importância. O planeta Terra corre muito perigo!
- Ah, ah, ah! – riu-se o porteiro. Vocês têm uma imaginação muito fértil ou andam a ver muita televisão. Nem pensem que vão incomodar os engenheiros!
Dececionados, saíram dali.
- E agora?- perguntou o Miguel
- Tive uma ideia! – gritou Zorbie – vamos dar-lhe um pó para adormecer.
- Mas onde arranjamos isso? – perguntou o Romeu.
- Fazemos. – afirmou Zorbie, entusiasmado.
- Com quê?- perguntou a Rita.
No nosso planeta todos trazem sempre  um pequeno saco para situações de emergência. Ora vejam.
E retirou, do interior do colete refletor que trazia vestido, um pequeno saco preto de tecido impermeável. Lá dentro estavam alguns pequeníssimos frascos.
- Vamos misturar pó de casca de árvore com pó de carapaça de caracol metaliano e teremos uma mistura que fará adormecer o porteiro. - explicou Zorbie.
- Mas como é que obrigamos o porteiro a comer o pó? - quis saber a Rita.
- Já sei! Ainda tenho na mochila o meu lanche de ontem. Não me apeteceu comer o croissant com queijo que a minha mão me preparou. Vamos oferecê-lo ao porteiro. - resolveu a Joana, eufórica.
Zorbie polvilhou o croissant com o pó. Parecia mesmo acúcar.
- Esperemos que ele goste de croissants! – exclamou o Romeu.
Correu  bem, porque o porteiro gostava muito de croissants e aceitou o lanche que os miúdos lhe ofereceram. Em poucos minutos ficou a dormir.
Entraram na central e procuraram um engenheiro que os ajudasse. Falaram com o primeiro que encontraram e que achou muito estranho o pedido que lhe estavam a fazer. Será que estava a ouvir bem? Aqueles miúdos queriam que pusesse nas ventoinhas especiarias carnívoras ? O que era isso?
Não convencido, perguntou:
- Para que é que vocês querem fazer isso?
- Porque o meu cão desapareceu. – explicou a Rita, tão séria que parecia estar a falar verdade.
Aquele engenheiro gostava muito de animais e achou que não haveria mal algum em ajudar aquela menina a encontrar o seu cão. Dirigiu-se a uma das ventoinhas e pôs no mecanismo principal uma mão cheia das especiarias carnívoras que o Zorbie lhe pôs na mão.
Sentiu-se quase logo um cheiro esquisito, parecido com metal.
O cão Zuzu estava a 100Km da central eólica, e, com o seu super olfato conseguiu cheirar as suas especiarias preferidas. Ligou os jatos das patas e lançou-se em direção àquele cheiro delicioso. Com a sua super velocidade chegou à central num instante. Mas, encontrou à sua espera uma cadela super gira, chamada Flofy e foi amor à primeira vista, ficou logo apaixonado por ela. Só que Zuzu não sabia que a Flofy pertencia ao alienígena inimigo de Zorbie e que era só um plano para o distrair. Mal se aproximou da sua apaixonada ela explodiu, ferindo-o. O cão lançou um super latido que o dono mais os seus quatro novos amigos ouviram desatando a correr ao encontro do som. Lá estava Zuzu, com uma pata bastante magoada. Zorbie reparou que faltavam 3 minutos para a explosão da bomba que o seu cão robótico transportava dentro do  corpo.
- Como é que eu não me lembrei mais cedo?!– exclamou o Zorbie – depressa entrem na minha nave. Eu levo o Zuzu.
- Qual nave? – perguntou o Romeu
Ainda não tinha acabado de falar quando a sombra de uma grande nave   cobriu a cabeças de todos.
Mecanicamente, seguiram Zorbie que depressa subiu umas escadas.
-Rápido, entrem!
- Mas qual é a tua ideia? - perguntou a Joana a rebentar de curiosidade.
Sempre a subir as escadas o alíenigena seu amigo explicou que o doutor Ching Ling, no seu planeta Apocalipse, sabia desativar a bomba.
Dentro da nave ficaram deslumbrados com tantas luzes e ecráns enormes.
- Que nave fixe!- exclamou a Rita, impressionada.
Zorbie já ligara para o doutor Ching Ling que apareceu num ecrã. Tinha cara de cientista louco bom.
- Prepara rapidamente a máquina para desativar bombas. Estamos aí dentro de 1 minuto.
E foi só ligar um botão para a nave ser transportada para o planeta Apocalipse. Foi tão rápido que nem se sentiu nada.
Quando chegaram ao laboratório, o doutor Ching Ling  dirigiu-se  ao grupo, tirou o Zuzu dos braços de Zorbie e colocou-o em cima de um tapete rolante.
Tudo se passava de forma tão rápida que nem havia tempo para sentir medo.
O doutor Ching Ling dirigiu-se a um painel de control  e perguntou a Zorbie o código. Zorbie ditou-lhe: YW12
Imediatamente, a bomba deixou de apitar e Zuzu acordou com todas as partes do corpo intactas.
Se pensam que  a aventuratinha terminado, enganam-se.
Por trás de Zorbie apareceu o alienígena inimigo que o atacou pelas costas. Mas Zorbie e o seu cão robótico deram luta e venceram-no. Uns minutos depois, o vilão estava todo partido e foi levado para ser tratado, no hospital psiquiátrico daquele planeta, onde acabou por morrer com um ataque cardíaco, quando lhe disseram que a Terra não tinha explodido.
O Zorbie e o Zuzu voltaram para a Terra com os quatro amigos e ficaram a viver na casa da árvore, de onde vigiavam a cidade. Às vezes usavam os seus super poderes para resolver algumas injustiças e maldades. Iam  ao seu planeta uma vez por semana para matar saudades.
 E as crianças, quando voltaram à escola contaram tudo à turma.  A professora, muito admirada, decidiu fazer um livro sobre aquela aventura. Aventura de Aço foi o título escolhido pelos alunos para aquele livro.

Quem escreve um conto acrescenta um ponto, turmas do 5.º ano, março 2017.