"Quem conta um conto, acrescenta um ponto"
Entre a Semana da Leitura e o final do 2.º período, foi a vez das turmas do 5.ºano construírem um conto, de forma colaborativa.
Resultou uma narrativa bastante criativa que, na opinião da equipa da biblioteca, irá agradar aos nossos leitores.
Desfrutem:)
Aventura de Aço
Fonte da imagem - httpmydogbr.blogspot.pt
Joana
tinha ouvido um ruído à beira da sua casa e, assustada, ligou para os seus
amigos da casa da árvore: a Rita, o Romeu e o Miguel.
- O
que é que se passa? –perguntou o Romeu, sonolento, quando atendeu o telemóvel.
- Eu ouvi um barulho muito estranho ao pé da
minha casa. Espreitei e parecia um fantasma. - respondeu a Joana.
- Um
fantasma? - gritou sobressaltado - Já avisaste os outros?
Juntaram-se,
rapidamente, à porta da Joana e fizeram
uma busca à volta da casa, onde ela morava
desde os três anos, e à mata que ficava
perto. O que encontraram não foi um
fantasma. Encolhido na casa da árvore, que tinham construído todos juntos,
encontraram um rapaz de cabelos muito ruivos e espetados, com uma cabeça grande. Tinha aspeto de alienígena, mas ao mesmo
tempo parecia um rapaz normal.
-
Isto vai ser um mistério muito mais sério do que os que resolvemos até hoje. -
concluiu o Miguel.
-
Como é que vamos comunicar com ele?- questionou o Romeu.
-
Não parece ser perigoso. – reparou a Joana.
Numa
voz metálica, que nunca tinham ouvido, o rapaz falou.
- Olá desconhecidos, onde é que eu estou?
Os
quatro amigos, assustados e confusos perguntaram:
-Quem
és tu e de onde vens?
Aproximando-se
deles, agora com mais confiança, respondeu-lhes:
-Eu
sou o Zorbie, venho do planeta Apocalipse. Vim para me vingar dum alienígena
que fugiu para aqui e trouxe com ele o meu cão robótico.
- E
como é esse teu cão robótico? - perguntou a Rita - Fala-nos mais dele.
-
Ele é pequeno, tem dentes afiados, é feito de um metal refinado lá do meu
planeta. É de raça buldog metaliano.
Mesmo tendo orelhas pequenas, foi programado para ouvir a mais de 100 Km de
distância. Eu próprio lhe pus um chip, mas o radar enlouqueceu, está sempre às voltas e eu não consigo localizá-lo.
- E porque é que o alienígena teu inimigo
fugiu com ele para este planeta? - perguntou o Romeu.
-
Porque é louco, meteu-se-lhe na cabeça
que quer destruir este planeta e pôs uma bomba no interior do meu cão robótico.
É uma bomba capaz de destruir o planeta. Eu sei o código para a desativar, só
não sei por onde começar a procurar.
-
Nós vamos ajudar-te em tudo o que pudermos, afinal é o nosso planeta que está a
correr um perigo muito grande.
Os
quatro amigos pensaram, e, depois de muito raciocinarem, lembraram-se que
podiam construir um osso metalizado feito com especiarias carnívoras para
atrair o cão robótico.
Continuaram
com as cabeças às voltas à procura de uma solução para atrair o cão ao osso.
Até que a Rita se lembrou que a cidade era famosa pelas suas ventoinhas
eólicas. As ventoínhas gigantes talvez pudessem libertar o aroma a carne.
- Boa ideia, Rita! – exclamou o Miguel.
-
Pois, mas como é que se vai por o cheiro nas ventoinhas? – perguntou a Joana
-
Vamos para a central eólica, deve lá haver engenheiros que nos ajudem. – disse
a Joana, muito decidida.
A
central eólica não ficava longe, por isso, foram a pé. Zorbie ia no meio deles,
como se fosse um deles. Quem os via passar pensava que era apenas um rapaz de
um país desconhecido.
Quando
chegaram ao seu destino, dirigiram-se à portaria da central. Mal os viu, o
porteiro cumprimentou-os:
- Olá, boa tarde. O que é que miúdos da vossa
idade fazem por aqui?
-Olá,
boa tarde para si também. Eu sou o Miguel e estes são os meus amigos. Nós
queremos saber se nos pode ajudar num assunto da máxima importância. O planeta
Terra corre muito perigo!
-
Ah, ah, ah! – riu-se o porteiro. Vocês têm uma imaginação muito fértil ou andam
a ver muita televisão. Nem pensem que vão incomodar os engenheiros!
Dececionados,
saíram dali.
- E
agora?- perguntou o Miguel
-
Tive uma ideia! – gritou Zorbie – vamos dar-lhe um pó para adormecer.
-
Mas onde arranjamos isso? – perguntou o Romeu.
-
Fazemos. – afirmou Zorbie, entusiasmado.
-
Com quê?- perguntou a Rita.
No
nosso planeta todos trazem sempre um
pequeno saco para situações de emergência. Ora vejam.
E
retirou, do interior do colete refletor que trazia vestido, um pequeno saco
preto de tecido impermeável. Lá dentro estavam alguns pequeníssimos frascos.
-
Vamos misturar pó de casca de árvore com pó de carapaça de caracol metaliano e
teremos uma mistura que fará adormecer o porteiro. - explicou Zorbie.
-
Mas como é que obrigamos o porteiro a comer o pó? - quis saber a Rita.
- Já
sei! Ainda tenho na mochila o meu lanche de ontem. Não me apeteceu comer o
croissant com queijo que a minha mão me preparou. Vamos oferecê-lo ao porteiro.
- resolveu a Joana, eufórica.
Zorbie
polvilhou o croissant com o pó. Parecia mesmo acúcar.
-
Esperemos que ele goste de croissants! – exclamou o Romeu.
Correu
bem, porque o porteiro gostava muito de
croissants e aceitou o lanche que os miúdos lhe ofereceram. Em poucos minutos
ficou a dormir.
Entraram
na central e procuraram um engenheiro que os ajudasse. Falaram com o primeiro
que encontraram e que achou muito estranho o pedido que lhe estavam a fazer.
Será que estava a ouvir bem? Aqueles miúdos queriam que pusesse nas ventoinhas
especiarias carnívoras ? O que era isso?
Não
convencido, perguntou:
-
Para que é que vocês querem fazer isso?
-
Porque o meu cão desapareceu. – explicou a Rita, tão séria que parecia estar a
falar verdade.
Aquele
engenheiro gostava muito de animais e achou que não haveria mal algum em ajudar
aquela menina a encontrar o seu cão. Dirigiu-se a uma das ventoinhas e pôs no
mecanismo principal uma mão cheia das especiarias carnívoras que o Zorbie lhe
pôs na mão.
Sentiu-se
quase logo um cheiro esquisito, parecido com metal.
O
cão Zuzu estava a 100Km da central eólica, e, com o seu super olfato conseguiu
cheirar as suas especiarias preferidas. Ligou os jatos das patas e lançou-se em
direção àquele cheiro delicioso. Com a sua super velocidade chegou à central
num instante. Mas, encontrou à sua espera uma cadela super gira, chamada Flofy
e foi amor à primeira vista, ficou logo apaixonado por ela. Só que Zuzu não
sabia que a Flofy pertencia ao alienígena inimigo de Zorbie e que era só um
plano para o distrair. Mal se aproximou da sua apaixonada ela explodiu,
ferindo-o. O cão lançou um super latido que o dono mais os seus quatro novos amigos
ouviram desatando a correr ao encontro do som. Lá estava Zuzu, com uma pata
bastante magoada. Zorbie reparou que faltavam 3 minutos para a explosão da
bomba que o seu cão robótico transportava dentro do corpo.
-
Como é que eu não me lembrei mais cedo?!– exclamou o Zorbie – depressa entrem
na minha nave. Eu levo o Zuzu.
-
Qual nave? – perguntou o Romeu
Ainda
não tinha acabado de falar quando a sombra de uma grande nave cobriu a cabeças de todos.
Mecanicamente,
seguiram Zorbie que depressa subiu umas escadas.
-Rápido,
entrem!
-
Mas qual é a tua ideia? - perguntou a Joana a rebentar de curiosidade.
Sempre
a subir as escadas o alíenigena seu amigo explicou que o doutor Ching Ling, no
seu planeta Apocalipse, sabia desativar a bomba.
Dentro
da nave ficaram deslumbrados com tantas luzes e ecráns enormes.
-
Que nave fixe!- exclamou a Rita, impressionada.
Zorbie
já ligara para o doutor Ching Ling que apareceu num ecrã. Tinha cara de
cientista louco bom.
-
Prepara rapidamente a máquina para desativar bombas. Estamos aí dentro de 1
minuto.
E
foi só ligar um botão para a nave ser transportada para o planeta Apocalipse. Foi
tão rápido que nem se sentiu nada.
Quando
chegaram ao laboratório, o doutor Ching Ling
dirigiu-se ao grupo, tirou o Zuzu
dos braços de Zorbie e colocou-o em cima de um tapete rolante.
Tudo
se passava de forma tão rápida que nem havia tempo para sentir medo.
O
doutor Ching Ling dirigiu-se a um painel de control e perguntou a Zorbie o código. Zorbie
ditou-lhe: YW12
Imediatamente,
a bomba deixou de apitar e Zuzu acordou com todas as partes do corpo intactas.
Se
pensam que a aventuratinha terminado,
enganam-se.
Por
trás de Zorbie apareceu o alienígena inimigo que o atacou pelas costas. Mas
Zorbie e o seu cão robótico deram luta e venceram-no. Uns minutos depois, o
vilão estava todo partido e foi levado para ser tratado, no hospital
psiquiátrico daquele planeta, onde acabou por morrer com um ataque cardíaco,
quando lhe disseram que a Terra não tinha explodido.
O
Zorbie e o Zuzu voltaram para a Terra com os quatro amigos e ficaram a viver na
casa da árvore, de onde vigiavam a cidade. Às vezes usavam os seus super
poderes para resolver algumas injustiças e maldades. Iam ao seu planeta uma vez por semana para matar
saudades.
E as crianças, quando voltaram à escola
contaram tudo à turma. A professora,
muito admirada, decidiu fazer um livro sobre aquela aventura. Aventura de Aço foi o título escolhido
pelos alunos para aquele livro.
Quem escreve um conto acrescenta um
ponto, turmas do 5.º ano, março 2017.